sábado, 31 de agosto de 2013

Surpresas musicais

Você já recebeu algum convite suspeito?
Bem, isso pode ser perigoso, mas às vezes pode ser também uma coisa maravilhosamente inesquecível.
Certa vez, uma empresa de telefonia móvel inglesa promoveu essa mobilização na Trafalgar Square, em Londres, reunindo mais de 13 mil pessoas.
A empresa simplesmente mandou um convite pelo celular: "Esteja na Trafalgar Square tal dia, tal horário". E nada mais foi dito.
Os que foram, acharam que iam dançar, como tem acontecido em outras mobilizações desse tipo.
Mas, na hora, distribuíram microfones. Muitos, muitos, muitos mesmo, e fizeram um karaokê gigante, de surpresa!!!
E todo mundo que estava na praça, quem estava passando, quem nem sabia do convite, cantou junto.
Se você um dia curtiu os Beatles, vai gostar...


Em tempos de tanta apelação comercial, uma promoção desse tipo é muito louvável.
E você, já promoveu alguma surpresa musical?

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Surpresa na Praça Sant Roc, em Sabadell, Espanha


Na nossa vida há momentos únicos e quando esses momentos únicos ficam "associados" a um background musical de qualidade, então eles se tornam ainda mais especiais. Eis um exemplo:
Para comemorar o seu 130º aniversário, o Banco Sabadell (www.bancsabadell.com) promoveu um evento extraordinário em frente a sua agência, na praça Sant Roc, na cidade de Sabadell, perto de Barcelona, Espanha: um concerto clássico ao ar livre com a Orquestra Sinfônia Valiés e o seu Coral Belles Arts.
Assistam ao vídeo e vejam o encantamento que a música proporciona às pessoas, que foram pegas de surpresa. Mas, especialmente, reparem as expressões das crianças diante da sublime arte musical.
Eis um vídeo que merece compartilhamento. Vamos compartilhá-lo?


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A Vida, A Morte e a Música

O artista é profeta da vanguarda, em sua ímpar mensagem subliminar, e a Música — primeira das artes — desenvolve esse papel superiormente. Fartos são os exemplos em que os artistas ousaram muito além do convencional, de formas extraordinárias, porém, exaltemos dois nomes da música clássica, em dois grandes momentos de ascensão espiritual.
O compositor alemão Johannes Brahms (1833-1897) alcançou a meia-idade consagrado como grande artista, tanto que ele próprio presumiu-se saturado, e, por conseguinte, um tanto desmotivado para novas composições — faltava-lhe inspiração. Porém, em decorrência do falecimento, um tanto trágico, do amigo e conterrâneo Anselm Feuerbach, Brahms voltou-se para os questionamentos mais profundos acerca da espiritualidade, exatamente pela ocasião de ver-se diante daquela inesperada perda. Em memória do amigo, ele compôs uma verdadeira obra-prima, não apenas pela sofisticação melódica, mas pelo tema empregado na canção.
Em tempos de Inquisição, quando questionar os dogmas romanos era risco de vida, Brahms absteve-se da mesmice dos temas fúnebres, especialmente em torno das promessas clássicas do céu e inferno — extraídas da interpretação clássica sobre as escrituras bíblicas —, e inovou, ao mesmo tempo em que provocou, considerando outras ópticas, remontadas a partir da mitologia grega, em alusão direta a mais abissal inquietação dos pensadores: o destino fatal, a morte inexorável.
No réquiem Nänie (canção fúnebre), de 1881, sobre o poema homônimo de Friedrich Schiller, ele se vê obrigado a exaltar a morte — desde já o primeiro verso do poema, que diz "Mesmo a beleza deve perecer". O poema de Schiller é uma espécie de lamentação do destino fatal, ao mesmo tempo em que define sua necessidade, pois há é a morte quem separa os homens dos deuses. Estes, certamente, lamentam essa necessidade, tanto que frequentemente interferem protegendo seus afilhados mortais, alongando os seus dias na Terra. Porém, são impossibilitados de os livrar definitivamente do túmulo. Para as divindades, não fosse a morte uma coisa lastimosa, em solidariedade a seus afilhados, eles próprios a admitiriam para a si.
Contudo, uma obra dedicada a um defunto (como uma música fúnebre) não é, por si só, uma expressão de convicção de que a morte não é o fim?
Em na referida composição, carregada de afetividade, Brahms conota então sua concepção de que o destino dos homens é indefinido, uma vez que ele a dedica a Feuerbach não como um ser extinto, mas sim a um Espírito que, onde quer que estivesse, receberia aquele presente.
Em suma, vê-se aqui uma negação frente aos padrões do que se diz ser o destino, abrindo novas perspectivas; morte, fim, recomeço, continuação…?


Em outro opus, Schicksalslied (Canção do Destino), sobre o poema de Friedrich Hölderlin, Brahms polemizar sobre a sina dos homens, como míseros mortais, frente aos deuses, que gozam da infinitude.
A indefinição deixada por Brahms abre brecha para que se perscrutasse sobre o destino — da morte e do sentido da vida — com mais liberdade, de forma mais intimista, apurando conclusões pessoas entre a racionalidade das coisas terrenas e as emoções que a sepultura nos provoca. É, portanto, como que uma heresia, uma indireta afronta à Igreja, que toma para si a prerrogativa de ditar o destino da humanidade. Em Brahms, ousamos questionar nossa própria sina, bem como a da Humanidade. E, num ato lúcido, uma conclusão primordial se apresenta desde pronto: se a escrita não está legível, prevalece a dúvida.
Mais tarde, os musicólogos vão encontrar uma versão bem plausível para a dúvida do destino, na música de em Ludwig van Beethoven (1770 - 1827), especialmente em uma sinfonia, a quinta — exatamente a mais famosa deste compositor. Na verdade, não seria preciso ouvir mais do que as quatro primeiras notas desta obra para se compreender a sua ideia central. As três primeiras — notas curtas e num ritmo bem marcado — representam o ritmo frenético e instintivo da vida terrena, na trilha quase que mecânica pela sobrevivência carnal. A quarta nota — de duração mais longa — representa a Morte. Percebe-se então, no transcorrer da composição, uma série combinada de quatro notas, correspondendo àquela chave inicial, continuando três notas curtas e uma quarta nota mais acentuada. A princípio, a expressão é grave, mesmo tenebrosa para uns, como se considerando a Morte um episódio lastimavelmente fatal; a extinção da vida. Nesse tom, as quatro primeiras notas (tam, tam, tam, taaaammm) representam a lendária figura da morte — uma velha senhora, de manto negro e com uma afiada foice à mão — batendo a nossa porta para nos levar. E, em verdade, para os materialistas, a morte é isto. Curiosamente, quando nós batemos à porta de alguém, o mais comum é exatamente executarmos quatro toques, sendo o derradeiro um tanto mais  prologando. Não é assim com o amigo leitor?
Todavia, de grave a expressão da composição cambia para a festança, nos dizendo que, após as três notas curtas (a nossa ligeira passagem na carne), tomados pela Morte — a libertadora —, adentraremos na continuação de nós mesmos, demonstrando a pujança da vida espiritual. Portanto, Beethoven encerra a quinta sinfonia — que começa com uma expressão um tanto dramática — com uma fanfarra, para conotar um momento festivo, tal como é o plano superior.


Talvez como em mais nenhum outro personagem, em Beethoven os ingredientes Vida, Morte e Música têm uma dramaticidade indizível: ainda com 28 anos de idade o compositor começa a perder a audição,. A surdez é progressiva e ele com apenas 46 anos já está totalmente surdo. Para qualquer pessoa, uma deficiência física é uma horrenda tragédia; para um músico qualquer, é uma morte prolonga. Por um momento, o gênio alemão se vê como que perdido, mas, felizmente, a Música o faz renascer.
"Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava! Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou!" (Ludwig van Beethoven, in Testamento de Heilingenstadt, a 6 de Outubro de 1802)
Beethoven renunciou àquele destino vulgar que lhe foi imposto e continuou musicando — e, pode-se dizer, cada vez melhor. A magistral 9ª Sinfonia, finalizada em 1822, dentre outras obras, foi composta já sem os recursos comuns do órgão auditivo. Destarte, ele personifica a vivacidade da arte musical com reflexo prático e direto à própria existência, pois se se considera como superiora a espiritualidade, seu alimento (o pão espiritual) há sobrepujar toda e qualquer manifestação fisiológica e mesmo psicológica — por exemplo, o desejo de auto-aniquilamento, em razão da humilhação de não se estar fisicamente completo.
A relação entre os temas Vida, Morte e Música são, em suma, intrínsecos, seja pelo fator técnico — por exemplo, a alternância do som (notas musicais) e silêncio (pausas) —, seja pelo teor subjetivo das composições. A mitologia clássica cuidou de pôr em relevo essas três potências no drama de Orfeu, que se utilizou do encanto musical foi resgatar sua amada — Eurídice — do reino da morte — o Hades.
Nessa trinca de potências, vê-se um ciclo em voga, em que a Música celebra a Vida, enquanto em vida, e que a Morte, rompendo essa primeira ligação (Música-Vida), acaba por reinventar tudo, pois que ela, a Música, é uma potência espiritual, enquanto que essa Vida e essa Morte de que falamos — e que bem melhor grafados ficam com os sinônimos encarnação e desencarnação — são compassos relativos à dimensão terrena.
Que a Música nos inspire Vida e, pela Vida, musiquemos, pelo que, parafraseando o filósofo René Descartes: "Eu musico, logo, existo!".

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Música e elegância: celular de ouvinte toca e violinista responde

A Música, entre tantas outras coisas excepcionais, nos ensina elegância. Em geral, o bom músico — ou, o músico verdadeiro — é tão elegante e gentil quanto sua desenvoltura musical. Veja um exemplo:
Durante um concerto na Rússia, ouve-se tocar o celular de alguém da plateia. O violinista então interrompe a música que executava, espera a pessoa desligar o celular e responde delicadamente com sua "arma", o violino, imitando o toque de chamada daquele telefone, sem precisar esbravejar ou humilhar o portador do aparelho. O carisma do músico, somado a sua destreza, arrancou uma sonora salva de palmas.
Quem responde deselegantemente a uma deselegância segue o exemplo de lavar a roupa suja com lama.
Mais criatividade, mais elegância e mais música!


Introdução à Música


Segue aqui o cronograma da nossa INTRODUÇÃO À MÚSICA. Favor seguir as postagens na seguinte ordem:

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Música ao redor do mundo

Olha só que projeto interessantíssimo e muito inspirador é "Music around the World" (Música ao redor do Mundo), com o subtítulo "Playng for change" (Tocando para mudar), pelo qual músicos de diversas partes do mundo executam uma mesma música, cada qual em seu lugar, representando um povo, Estado ou Nação, mas com o foco de que somos TODOS IRMÃOS, de uma mesma origem e destino, unidos pela espiritualidade (afora de religiosismo) e motivados pela MÚSICA.
No vídeo da janela abaixo temos a canção "Stand by me" (Fique comigo), reunindo os seguintes artistas: Roger Ridley (Santa Monica, California, EUA), Grandpa Elliotti, Roberto Luti e Washboard ChazClar (New Orleans, Lousiana, EUA), Clarence Bekker (Amsterdam, Alemanha), Twin Eagle Ofum Group (New Mexico, México), François Viguié (Toulouse, França), Cesar Pope (Rio de Janeiro, Brasil), Dimitri Dolganov (Moscou, Russia), Geraldo & Dionisio (Caracas, Venezuela), Junior Kissangwa Mbouta (Congo), Pokei Kilaas, Vusi Mahlasela e Sinamuva (África do Sul), Django Degen (Barcelona, Espanha) e Stefano tomaselli (Pisa, Itália).


Clique aqui e visite a página do projeto e curta mais episódios.


sábado, 3 de agosto de 2013

Gêneros e Formatações Musicais

Apêndice
Observando os sons da Natureza, o homem desenvolveu a arte musical a partir da forma primária que é o solo, executado por uma só voz ou instrumento. Em seguida veio a ideia da polifonia, sincronizar vozes e instrumentos numa mesma canção. Desse ponto em diante iniciou-se um processo de sofisticação que resultou em formatos consagrados de gêneros e estéticas, variados conforme a região, a classe social e a aplicação. Novamente, vale a observação da pluralidade do tema e a impossibilidade de se precisar definições. Pois que um determinado gênero ou estilo tem ramificações complexas e altamente entrelaçadas entre si.

Trovadorismo
O trovadorismo popularizou a música profana (fora da Igreja) no Ocidente. Mas consta que o seu acompanhamento instrumental era alegórico, ou seja, sem harmonia com o tom vocal. Para tanto, os trechos cantados e tocados eram alternados.

Canto Gregoriano
É o gênero da música oficial da Igreja Católica introduzida pelo papa Gregório Magno no Século XIV. Sua forma básica era monofônica (uma só melodia) e complementar, em que a letra (expressamente religiosa) sobressaltava a melodia.
O estilo comum era o Moteto, execução que reúne um coral de várias vozes, que em certos casos cantam duas letras diferentes.

Estética Literária
Os estilos diversos que surgiram na música profana do Século XIV eram classificados com o mesmo nome atribuído à estética literária da letra empregada. A Balada Clássica francesa, por exemplo, era uma poesia lírica composta de três estrofes de oito versos cada e finalizada com uma estrofe de quatro versos chamada de envoi, na qual se fazia uma dedicatória.
Na Itália, o Madrigal original, Século XVI, tinha como característica principal o uso de um estribilho (de melodia diferente) entre três estrofes de três versos cada.

Contraponto
A técnica do contraponto quebrou a tradição de os instrumentos musicais e vozes tocarem a mesma seqüência melódica. Nela, cada voz (humana ou de instrumento) tem sua própria melodia independente, podendo em alguns casos, sincronizar notas extremas e completamente diferentes.
Essa técnica foi proliferada pelos ingleses, especialmente John Dunstable (1390 - 1453).

Efeitos estéticos
Alguns truques musicais foram criados para criar efeitos melódicos e de acompanhamento. O Cânone, por exemplo, consiste da repetição de um trecho tocado por um segundo instrumento ou voz iniciado um pouco antes da execução da primeira voz se encerrar, permitindo assim a ocorrência de uma harmonia interessante. Quando o final desse trecho repetido sugeria o retorno ao próprio trecho, criando assim um ciclo infinito, esse efeito circular passa a ser uma Ronda ou Rota.
A Síncope é o efeito de ligar a última nota de um compasso à primeira do compasso seguinte.
A fuga, recurso muito usado por Bach, se compõe de um tema (certa linha melódica) que cresce a partir de uma exposição. Textualmente, poderia representar da seguinte forma: “Eu vou... Eu
vou pra casa... Eu vou pra casa dela esta noite”.
O Minueto é um segmento curto e bem acelerado usado como desfecho de grandes peças (sinfonias, óperas, concertos).

Oratório
É a forma primitiva da ópera. Nela, uma execução vocal e instrumental se baseia em um tema religioso de teor dramático, devidamente apresentado por um narrador e acompanhado pelo público através do libreto (texto da peça). Não há expressão cênica e seu conteúdo e meramente sonoro.

Sonata
Peça composta de uma melodia principal executada por um ou dois instrumentos – violino ou teclados (piano ou órgão), que se alternam ou se entrelaçam no seu decorrer. Sua melodia é dividida em três ou quatro movimentos totalmente distintos. Quando acompanhada por orquestra, a sonata é chamada de Sinfonia. Quando executada por instrumento solo, assume a forma de um Concerto.

Concerto
Composição para solos (um ou mais instrumentos), com ou sem acompanhamento. O concerto clássico era empregado para violino – geralmente acompanhado de orquestra -- ou piano (copiado também para órgão). Sua formatação essencial é feita com o propósito de privilegiar o individualismo. O concerto de câmara é aquele executado por um pequeno conjunto de instrumentos (de quatro a doze). Os concertos podem ser executados individualmente ou podem fazer parte de uma peça maior, como a ópera. A sua composição original é dividida em três movimentos distintos, cujo andamento é acelerado a cada etapa. O italiano Antonio Vivaldi foi um dos grandes compositores desse gênero.
Os concertos para violão se tornaram muito populares no século XX – inclusive, com grande contribuição dos músicos brasileiros como Baden Powell, Sivuca, Hermeto Paschoal, Dilermando Reis, João Gilberto, etc.

Sinfonia
É a forma complexa do concerto, acompanhada por orquestra. Inicialmente, esse termo se aplicava a qualquer composição para orquestras. Sua estética básica divide a obra em quatro movimentos, cada um mais acelerado que o anterior, às vezes com Rondós (repetições seccionadas dos temas), normalmente finalizada com um minueto.
No século XVIII, as sinfonias forma introduzidas às óperas como introdução da peça. Os grandes mestres da sinfonia são: Beethoven, Mozart, Brahms, Mendelssohn e Schumann.

Ópera
Considerada a mais sublime expressão artística, por fazer uso das principais artes (Música, Teatro e às vezes, dança). Em suma, é uma peça teatral dramática cantada e acompanhada por músicos (em geral, orquestra). Esse gênero suntuoso tem como elementos complementares cenários, vestuário suntuoso.
O termo é oriundo do latim “opus”, que quer dizer “obra”. As primeiras obras italianas, século XVI, reproduziram o teatro grego e suas tragédias épicas. A ópera-comique era um modelo francês em que grande parte do libreto (texto da obra) era recitada. O Balé é também uma extensão da ópera, cujo elemento diferencial é a dança – rigorosamente marcada com técnicas específicas. Ele nasceu na nobreza palaciana da Itália do século XIV e se desenvolveu em toda a Europa, especialmente Alemanha, França e Rússia (de onde se originou a mais tradicional companhia o Balé Bolshoi).
Seus personagens e cantores são classificados por seu timbre. Homens: vocal: baixo, barítono e tenor. Mulheres: contralto, mezzosoprano e soprano – além das subdivisões.
As mais famosas obras são: “Carmen”, de Bizet; “Aida”, de Gioseppe Verdi; “O Barbeiro de Sevilha”, de Gioacchino Rossini; “Don Giovanni”e ““As Bodas de Figaro” de Mozart; “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner; “Madame Buttlerfly”, de Giacomo Puccini.
A seguir, um vídeo com uma ópera completa: "La Cenerentola", de Rossini.


OperetaVersão mais da ópera, sendo mais flexível na forma e estética, mais curta e de temas populares. Seu libreto é interpretado com a alternância de canto e diálogo. A dança – até mesmo as mais populares --, também é um forte elemento de sua composição. Difundida no século XIX, ela ocupou o espaço aonde as óperas não chegaram pelo custo elevado da montagem.

Orquestra
É o conjunto de músicos e instrumentos regidos por um maestro, formado para a execução da música erudita, típica da Cultura ocidental. As primeiras orquestras foram reunidas e mantidas pela nobreza e órgão governamentais. Em seguida vieram os grupos privados. Seus músicos podem ter fixos ou autônomos (freelancers) – especialmente os de instrumentos complementares.
Os adjetivos “filarmônica” e “sinfônica” são adicionados para especificar os grupos. A rigor, em nada diferem quanto à estrutura musical, ambas têm a semelhante aplicação. Mas é comum usar tais adjetivos para distinguir os grupos de uma mesma região, país, cidade ou corporação e, ou o patrocínio desses grupos. Exemplo: Orquestra Sinfônica de Berlim (estatal) e Orquestra Filarmônica de Berlim (particular).
Sua composição não tem um número fixo de elementos, podendo ultrapassar o número de cem, dependendo das obras a serem apresentadas. O piano, por exemplo, é incorporado à orquestra apenas em peças específicas (como em concertos para piano). Outro instrumento opcional é a harpa.
Todavia, as orquestras têm um modelo básico e com isso, um padrão de posicionamento no palco para a melhor orquestração e distribuição sonora para os apreciadores. Os quatro grupos típicos de instrumentos são:
• Cordas = violinos, violas, violoncelos, contrabaixos (opcionais: piano, órgão, harpas).
• Madeiras = flautas, flautins, oboés, clarinetes, fagotes.
• Metais = trompetes, trombones, trompas, tubas.
• Percussão = tímpanos, triângulos, caixas, bumbo, pratos, carrilhão.


Orquestra de Câmara
Miniatura de uma orquestra, composta de um pequeno número de músicos e instrumentos (de dois a doze). Popularizada para acompanhar pequenos recitais e concertos que exigem poucos membros, espetáculos particulados e reservados, como cerimônias de casamento, aniversários e graduação.
A Música de Câmara, executada pelas orquestras de câmara, é basicamente instrumental, embora isso não seja regra. O estilo das obras varia, entretanto, a sonata é o mais habitual.
As combinações são inúmeras. Uma das mais comuns, o quarteto de cordas, em geral se compõe de dois violinos, uma viola e um violoncelo. Acrescentando mais um membro – um instrumento de sopro ou um piano, por exemplo --, é formado um quinteto, bastante recorrente na Inglaterra, desde o século XIX. Duo e trio também são formações comuns desse gênero. Acima de um sexteto, os membros adicionais passam a ter um valor secundário. Seu emprego se expandiu ao longo dos anos, para execuções abertas, teatros e apresentações cerimoniais especiais.
Alguns conjuntos específicos com características de orquestra de câmara são assim denominados, com nos conjuntos de Jazz, o mesmo que orquestras de Jazz.

Maestro
A complexidade de uma orquestra passou a exigir a presença de um regente que auxiliasse os músicos na marcação do tempo e na expressão musical, caracterizada nas propriedades de intensidade e andamento. Esse condutor é o Maestro.
A princípio, o maestro era um dos instrumentistas, um músico líder dentro do grupo – muitas vezes até revezado a cada peça. Em obras para solistas, o principal instrumento era naturalmente o régio dos demais. O formatador do maestro moderno foi o compositor alemão Carl Maria Von Weber (1786 - 1826). Ele introduziu o uso da batuta – vareta com a qual o maestro conduz a expressão dos músicos.
Para o público específico – normalmente conhecedor profundo e ouvido apurado – a interpretação de uma mesma obra varia bastante entre um maestro e outro. Essa capacidade de quase reescrever uma composição serve como medida de prestigio de um regente. E muitos deles ganharam fama internacional, dentre eles: Hector Berlioz (1803 - 1869); Richard Strauss (1864 - 1949); Leopold Stokowski (1882 - 1977); e Herbert von Karajan (1908 - 1989).
O Brasil também teve bons nomes. O maior deles é o de Eleazar de Carvalho (1912 - 1996), nascido em Iguatu, Ceará. Regeu várias orquestras dos Estados Unidos e Europa. Finalizou sua carreira como maestro da Orquestra Sinfônica de São Paulo.

Bandas
Historicamente, as bandas originais têm ligação com a comunicação de guerra. Certos sons de instrumentos de sopro (clarim, por exemplo) e de percussão (como os tambores) eram usuais para ditar códigos aos exércitos (ataque, retirada, etc.). Por isso, os conjuntos musicais formados em departamentos militares são chamados de bandas. Sua base é formada de metais, madeiras e percussão.
No Brasil, a Ditadura Militar incentivou a prática das bandas, que deixaram os quartéis para se apresentarem nas praças públicas. O gênero principal é o dobrado, o mesmo que marcha militar.
Até por certa ironia, os roqueiros -- críticos ferrenhos das ordens governamentais – adotaram o nome de banda em substituição ao termo conjunto musical, há muito em desuso. Daí por diante, costuma-se chamar de banda, qualquer grupo de música popular, de diversos gêneros (Rock, Forró, Romântico, etc.), exceto os de Samba e derivados, que são chamados de grupos.

Música Popular
Paralelamente à música erudita, rica em instrumentação, notação e exibições, a música popular sempre seguiu ao redor do mundo. Desenvolvida de acordo com os costumes regionais e sem padrões definidos – até o despontar da globalização. Com a evolução dos meios de comunicação e o maior contato entre as nações, gêneros populares foram ganhando forma, espalhando-se e criando versões e subdivisões. Os principais:



• Jazz = mistura de ritmos africanos e técnicas eruditas da Europa que surgiu nos EUA no começo do século XX. Alguns musicólogos admitem que o Jazz é um intermediário entre a musica clássica (pela sofisticação instrumental) e a popular (pela improvisação e arrojo vocal). Através dele, o acompanhamento de percussão e bateria se consagraram como elemento praticamente indispensável para os ritmos modernos. Os maiores intérpretes do Jazz são: Louis Armstrong (1900 - 1971), autor de “What a wonderful world”; Bessie Smith (1894 - 1937); Billie Holiday (1915 - 1959); e Miles Davis (1926 - 1991).
• Blues = também nascido no solo americano e considerado um modelo mais singelo de Jazz. Tem origem no folclore da escravidão negra e por isso, o tema principal costuma ser em torno da dor e melancolia da vida e contratempos amorosos. Alguns mestres do Blues: Ray Charles (1932 - 2004), de quem se destaca: “Hit the Road, Jack” e “The end”; Janis Joplin (1943 - 1970) e B.B. King (1925 -).
• Soul Music = a “música da alma” é um derivado do Jazz e do Blues usado para a música religiosa americana, o Gospel – embora na prática, o repertório seja eclético. Além dos convertidos (como Ray Charles), tem como expoentes: James Brown (1928 -), do sucesso “I feel good” e Aretha Franklin (1942 -), de interpretações soberbas como se ouve em “Satisfaction” e “Like a natural woman”.
• Samba = o primeiro gênero brasileiro conhecido internacionalmente, que engloba variações como Chorinho, Marcha Carnavalesca, Samba-enredo, samba-canção e Pagode. Foi fundamentada a partir das tradições africanas trazidas pelos negros escravos, especialmente na marcação rítmica e batucada forte, em que se destaca o tam-tam, o surdo, a cuíca e o pandeiro. O acompanhamento tonante tem como principal instrumento o cavaquinho e os secundários: banjo, violão e bandolins. A safra de sambistas é vasta e sempre renovável, da qual citamos: Pixinguinha, Cartola, Braguinha, Waldir Azevedo, Jamelão, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Alcione, Noite Ilustrada, Leci Brandão, Adorinan Barbosa (Demônios da Garoa), Paulinho da Viola.
• Bossa Nova = está para o Brasil o que é o Jazz para os EUA – uma mescla do erudito com o popular. Criado e formatado por Tom Jobim, João Gilberto e Vinicius de Moraes na segunda metade do século XX. Sua sofisticação influenciou muitas culturas musicais, como a americana. Não por menos, grandes artistas da bossa se estabeleceram no exterior. A partir da Bossa, muitos outros ritmos foram desenvolvidos.


• Rock = a primeira grande explosão popular e talvez o mais importante gênero musical de todos os tempos, em todo o mundo. O Rock é um universo tão gigantesco que é impossível descrevê-lo: a extravagância e irreverência dos roqueiros, a anarquia de suas letras, a estrídulo dos instrumentos eletrificados, da sutileza e agressividade das mensagens, etc. O rock se propagou por diversas correntes: Rock in Roll, Metálico, Rock-Pop, Underground, Punk Rock, Heavy Metal, Hippie, etc. A história do Rock começou nos Estados Unidos e virou fenômeno mundial, passando pelas obras de: Chuck Berry e Little Richard; como pioneiros; Elvis Presley e as bandas inglesas The Beatles e The Rolling Stones, como maiores divulgadores; The Who, Bob Dylan, Paul Simon e Art Garfunkel, Johnny Rivers, Eric Clapton, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, The Doors, Queen, Pink Floyd, U2. No Brasil, a porta de entrada foi a Jovem Guardaa Tropicália, para mais tarde, abraçar praticamente todos os subgêneros. Os roqueiros nacionais de maior destaque são: Raul Seixas, Roberto e Erasmo Carlos (da fase da Jovem Guarda), Rita Lee, Blitz, RPM, Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Skank e Legião Urbana.
• Reggae = síntese da tradição negra da América Central, cujo berço é a Jamaica. Mistura de Jazz e Soul americano e ritmos caribenho como o Calypso. Seu precursor na mídia internacional foi Jimmy Cliff cuja musicalidade foi caracterizada pelo uso da guitarra para marcar o ritmo. Em seguida, o também jamaicano Bob Marley (1945 - 1981) assumiu o reinado no gênero. Aliou ao reggae o artifício místico-religioso chamado Rastafari e fez franca-apologia ao uso da maconha, segundo ele, um elemento sagrado para certas cerimônias (seus próprios shows, por exemplo). O Reggae brasileiro também prosperou, especialmente no terreno baiano (Gilberto Gil) e nos estados do Norte (Tribo de Jah, Edson Gomes). A partir dele, surgiu a variação denominada Swing Baiano.
• Tango = gênero desenvolvido na Argentina (versão moderna), no século XX, oriundo dói folclore espanhol. Seu ritmo segue o compasso binário (2/4), de acompanhamento cortado (staccato) e solos à base de piano e instrumentos de fole (acordeão, harmônica, gaita de fole, etc.). O tema usual é a tragédia amorosa e a melancolia. Sua dança é bem definida pelos passos e considerada elegante. O artista mais famoso desse gênero em todos os tempos é Carlos Gardel (1890 - 1935), nascido na França e naturalizado argentino. Suas melhores obras são: “Volver”, “Desdén” e “El dia que me quieras” (parceira com Alfredo La Pena).
• Disco = chamado no Brasil de “Discoteca”, esse gênero foi a janela para criações futuras como o Tecno music, New Age, Hip Hop, etc. O Disco nasceu na década de 1970 com a banda inglesa Bee Gees, formada pelos irmãos de origem australiana: Maurice, Barry e Robin Gibbs. A febre se deu com a trilha sonora do filme “Saturday Night Fever” (lançado no Brasil com o título “Os embalos de sábado à noite”) – a mais vendida em toda a história do cinema. Seus grandes sucessos são: “Night fever”, “Stayin’ Alive”, “More than a woman”, “Words”, “How can you mend a broken heart”, “How deep is your love”. Grande notabilidade alcançada com esse estilo teve o grupo ABBA.
• Bolero = é oriundo da região espanhola La Mancha, por volta do século XVIII. Seu compasso é ternário e acompanhamento à base de violão, ritmado com castanholas. Sofreu várias transformações na própria Espanha (como a variante Fandango) e em outras partes do mundo. Através da colonização hispânica, toda a América Latina abraçou este gênero fortemente, assim como seu repertório clássico, exceto o Brasil – talvez, pela diferença de idioma. Aqui o Bolero foi mais empregado na Seresta, principalmente na voz dos mineiros: Altemar Dutra e Nelson Ned, que interpretaram o original e a tradução de vários clássicos do Bolero e alcançaram boa notação.



• Ritmos caribenhos = além do Reggae, os povos do Caribe desenvolveram ritmos variados, sempre privilegiando o balanço forte e teor quase sempre festivo. Esporadicamente esses ritmos lançam modas internacionais. Merengue, Rumba (em certos lugares chamada Cumbia), Salsa, Mambo, Chá-chá-chá, Lambada e Calypso. Praticamente todos esses estilos foram explorados e apresentados ao mundo pelo grupo cubano chamado Buena Vista Social Club, liderado por Ibrahim Ferrer. Também de Cuba, Gloria Estefan levou as tradições musicais mais modernas das Antilhas para os EUA e tornou-se estrela mundial. Apesar de curta carreira, a mexicana Selena fez estrondoso sucesso nos Estados Unidos cantando ritmos caribenhos. Sua vida e seu assassinato foram interpretados por Jennifer Lopez num filme com seu nome. Beto Barbosa importou esses ritmos, especialmente a Lambada, e fez muito sucesso no fim da década de 1980 com os sucessos “Adocica”, “Preta”, “Você errou mais do que eu” e “Balance com BB”. A versão da lambada “Chorando se foi”, interpretada pelo grupo Kaoma foi a música mais tocada no Brasil em 1988, ano de seu lançamento. A Banda Calypso despontou no cenário nacional no começo do século XXI com ritmos que sugerem ser típico do Caribe. Embora haja mechas deles, a banda não corresponde fielmente ao nome e seu estilo se caracteriza muito mais nas tradições nortistas do Brasil.
• Pop = como se denomina a música popular variada e totalmente descomprometida com correntes, é uma criação mundial e, a rigor, é mais uma cultura do que um estilo musical. Costuma-se classificar de Pop um determinado estilo que não tem um estilo definido, como que por eliminação: se não é Rock, nem Samba, nem Reggae... Então é pop. Muito embora, um Rock fora dos padrões convencionais do Rock é chamado também de Pop. Um Reggae mais diferente que o primitivo também pode ser tachado de Pop. Provavelmente esse termo surgiu da crítica pejorativa que os roqueiros tradicionais usavam contra roqueiros mais “lights”. Na década de 1980, o americano Michael Jackon (1958 -) foi coroado “rei do Pop”. Mas sua carreira declinou e o título caiu no esquecimento. Sua contemporânea e compatriota Madonna (1958 -) também foi era chamada de “rainha do Pop”. Em seguida, esse gênero se aproximou mais da música romântica, cujo ritmo básico é chamado de Balada. Algumas referências: Elton John, Phil Collins; Bryan Adams, Whitney Houston, Scorpions, A-Há, Air Supplay, Lionel Riche, Paul McCartney, George Michael, Julio Iglesias e Roberto Carlos.
E tem mais...
O melhor de tudo é que novos estilos, sucessos e artistas surgem e surgirão sempre, seja reformando conceitos ou revivendo antigas e inesquecíveis formatações, para todos os gostos.

Sistema de Notação Musical e Partitura

Partitura

É provável que em algum lugar do nosso planeta haja vários sistemas de representação sonora aplicada a composições e reproduções. No entanto, a conveniência ocidental estabeleceu o método da partitura como o modelo padrão e definitivo. E não por acaso: sua fórmula permite o registro gráfico perfeito de modo que se possa transcrever uma criação tal qual a intenção do autor e, como função primordial, permitir que qualquer intérprete instruído no método consiga executá-la apenas pela leitura visual, sem jamais tê-la escutado.

“Patremunite azacsi munedovar”

Você já ouviu esta frase acima?
Claro que não, pois acabei de criá-la. Contudo, eu creio que é capaz de lê-la, pronunciando seu som exatamente como eu a imaginei. Isso se dá porque você conhece as regras fonéticas. Por exemplo, P + A = “PA”. De forma idêntica, podemos compor uma melodia altamente original e desenhar num pentagrama que qualquer músico poderá tocá-la fielmente.
Ainda que não seja por função, a partitura é uma via de comunicação mediante uma linguagem, cuja mensagem é um conteúdo é o registro sonoro. Como o sistema de codificação é padronizado e peculiar, quem o domina pode participar – escrevendo ou lendo – a pauta, sem precisar de instruções complementares (nem mesmo saber inglês, por exemplo).

Notação (altura)
Os sons audíveis e usuais para instrumentos musicais e canto foram classificados em tons, ou notas.
Uma nota (ou tom) é uma determinada altura de um som, ou seja, um intervalo de som de uma mesma frequência Por exemplo: ao prendermos uma corda de nylon nas duas extremidades, como numa harpa, fazemos dela uma via de emissão de notas. Ao apertar ou afrouxar essa corda determinamos o grau do tom, que pode variar para mais grave (corda mais frouxa) ou mais aguda (mais retesada).
O tom é medido pela freqüência de ondas sonoras. Para efeito de comparação, a nota (no violão, corda 5, casa 3) pulsa 131cps (ciclos por segundo); já a nota  (corda 3, casa 2) mede 220cps.
A notação completa usada pelos músicos trás uma carga de oitenta e oito notas, exatamente a quantidade de teclas de um piano, que é o único instrumento acústico a alcançar toda a escala.
As notas são divididas em naturais (ou tons) (Dó, Ré, MI, Fá, Sol, Lá, Si) e dissonantes (ou semitons), que recebe as denominações sustenido (#) e bemol (b), de acordo com a posição entre notas naturais.

Pentagrama
Para a identificação dos tons as notas são inscritas no pentagrama: um sistema de cinco linhas horizontais paralelas, mais outros traços superiores ou inferiores que indicam linhas complementares. As notas podem ser inscritas sobre uma linha ou em um espaço entre elas – valendo para as cinco linhas regulares (fixas) e as complementares. A orientação é vertical: notas graves para baixo e notas agudas para cima.


Como a variação é grande (88 tons), a escala é dividida por claves. As mais praticadas são: clave de Fá, para notas graves; clave de Sol, para notas graves. Há ainda claves especiais como a que marca instrumentos de percussão.


Ordem das Notas
O sentido natural de uma melodia é horizontal com uma nota subseguindo outra, observadas na pauta da esquerda para a direita. A ocorrência de harmonia, duas (dueto) ou mais notas executadas ao mesmo tempo é feita pela verticalização. Outra forma de harmonia é a execução simultânea de duas ou mais partituras, cada qual tocada por uma voz ou instrumento – como numa sinfonia.



Propriedades Sonoras
Além da classificação da altura (variação de tom grave-agudo), as notas e suas aplicações têm outras seguintes propriedades:

• Timbre = determina a identidade do som, qualidade pela qual distinguimos o instrumento ou voz.

• Intensidade = volume, força do som. Comumente confundida por altura (tom, variação de som grave-agudo). No estilo erudito essa propriedade era muito explorada. Os diferentes níveis proporcionavam um efeito dramático, em alguns casos, com variação abrupta para causar impacto. Os níveis são classificados expressões:
  • Pianíssimo (pp) = baixíssima intensidade.
  • Piano (p) = baixa intensidade
  • Mezzo piano (mp) = média intensidade
  • Mezzo forte (mf) = intensidade moderadamente forte
  • Forte (f) = Forte intensidade
  • Fortíssimo (ff) = intensidade muito forte

As variações são indicadas pelas expressões crescendo e diminuindo representadas pelos respectivos sinais > e < sobre ou abaixo do trecho de notas que obedecerão às alterações de volume.

• Duração = extensão do som, tempo que a nota soa. O valor do tempo das notas é representado pelo signo usado. De acordo com essa propriedade, as notas podem ser:
  • Semibreve = é chamada também de “nota inteira” (N), pela qual medimos as demais. Num andamento normal sua duração é de 4 segundos. Segundo a hierarquia, as notas subsequentes valem sempre metade da anterior.
  • Mínima = é a “meia-nota” (N/2), por valer metade de uma semibreve. Desta forma, pelo tempo que a nota inteira é tocada executamos duas deste valor.
  • Semínima (N/4) = um quarto da nota inteira e metade da anterior. Duração padrão de 1 segundo.
  • Colcheia (N/8) = metade da anterior.
  • Semicolcheia (N/16) = metade da anterior.
  • Fusa (N/32) = metade da anterior.
  • Semifusa (N/64) = metade da anterior.


Nos primórdios da notação, havia outras três notas, sendo duas de duração maiores que as de hoje (Longa e Breve) e uma de tempo relâmpago (Quartifusa). Elas caíram no desuso exatamente pelo exagero dos valores.

• Aceleração = a duração de um segundo para uma nota semínima e a correspondência dela com as outras é baseada na pulsação do metrônomo, cujo padrão é 120 bpm (batidas por minuto, duas por segundo). Um outro valor pode ser determinado na cabeça da pauta para instituir uma velocidade mais lenta ou mais acelerada para a execução. Há também expressões de andamento que designam aceleração ou diminuição da pulsação do metrônomo. Algumas delas:
  • Grave = O mais lento dos andamentos
  • Largo = Muito lento, mas não tanto quanto o Grave
  • Adágio = Moderadamente lento
  • Andante = Moderado (nem rápido nem lento)
  • Allegretto = Moderadamente rápido
  • Allegro = Andamento veloz
  • Vivace = Um pouco mais acelerado que o Allegro
  • Prestissimo = O andamento mais rápido de todos

• Ritmo = a sincronia dos vários instrumentos de uma orquestra, ou mesmo de uma banda pop acontece por causa da matemática musical regida pela fórmula do compasso que é a divisão do tempo de execução. Se por exemplo, for estabelecido que cada compasso tenha a duração de uma semibreve, a cada 4 segundos (o valor de uma semibreve), um compasso se fecha e outro se inicia. Na partitura, os compassos são fechados com uma barra vertical e dentro deles podem ser inscritas notas equivalentes aos espaços disponíveis. Desta forma, se num compasso cabe uma semibreve, é possível preenchê-lo com duas mínimas; ou então uma mínima mais duas semínimas, ou ainda com oito colcheias, etc. A indicação do tempo do compasso é feita com dois números: a quantidade de notas cabíveis sobre a fração da nota tomada por referência.
Exemplo: o compasso binário (2/4, dois por quatro) indica que o ritmo tem o valor de duas notas (2) equivalentes a uma semínima (4), que vale um quarto da nota (N/4). O tempo 4/4, o popular quaternário, cada compasso comporta quatro notas iguais à semínima. Como se vê, a semínima é a nota mais usada para referência do tempo do compasso. Mas não a única. Outro modelo muito praticado é o 6/8, em que os compassos se dividem a cada tempo igual ao de seis (6) campos de duração de uma colcheia (N/8). Hoje, popularmente se usa o nome “ritmo” para definir gêneros e estilos musicais (valsa, rock, samba, jazz, etc.). Embora tecnicamente a aplicação não seja correta, está consagrada pelo uso.
• Pausas = o silêncio, ou pausa, é um elemento tratado com o maior respeito pela partitura. Tanto que o espaço vazio que houver dentro de uma melodia precisa ser inscrita na pauta, indicando a sua duração semelhante a uma nota qualquer. Se o espaço vazio for equivalente a uma mínima, usa-se uma pausa deste valor para indicar o vácuo. Para tanto, as pausas também recebem símbolos para representar sua duração em relação ao tempo de uma nota.


Métodos de cifragem
Cada instrumento tem suas particularidades e instruções extras. O desenho de cifras, por exemplo, faz uma amostragem de toques e acordes. A cifra para violão faz um gráfico simplificado do braço do violão com suas cordas e casas e a numeração das notas a serem pressionadas e tocadas.
Para o piano, a cifra é desenhada com algumas teclas a serem dedilhadas. Veja alguns exemplos de cifras e seus respectivos instrumentos.



Desenvolvimento da Música Brasileira - parte 2


Estilização da MPB
Numa tentativa de dar novo tom erudito ao estilo popular, que era vertiginosamente crescente no Brasil – a exemplo de todo o mundo --, a Crítica emancipou o termo Música Popular Brasileira (MPB) e estilizou seu padrão. Por questão subjetiva, as composições se adequavam à MPB na medida em que tivessem “bom nível”. Na prática, a classificação se dava mediante a aceitação ou não de um título pela alta sociedade (que sustentava o mercado de discos e espetáculos), independentemente da qualidade. Nesse jogo de marketing, muitos gênios e obras geniais se perderam. Os estilos e canções excluídos do círculo privado da elite eram chamados de “Brega”.
Esse conceito preconceituoso foi superado há muito. Os musicólogos hoje preferem definir a MPB como o escopo da música com propósito bem definido de ser “culta”. O restante é colocado na classificação de “música brasileira popular”.
A música estilizada teve o reforço de grandes nomes e um novo gênero: vide a seguir:

Bossa Nova
Um samba mais culto (na letra), mais cadenciado, mais preguiçoso e muito mais sofisticado (na instrumentação) é... é... É Bossa Nova! Foi o gênero que mais valorizou o violão – embora um dos seus fundadores fosse pianista. Essa autêntica criação brasileira teve inicio num disco gravado em 1959 pelo cantor, compositor e pianista carioca Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), um dos mais respeitados músicos brasileiros em todo o mundo. Esse nome faz parte da letra de “Desafinado”, um estrondoso sucesso, e assim ficou. Nesse mesmo ano veio a explosão internacional do gênero com o disco “Chega de saudade” de João Gilberto (1931 -), cantor, compositor e violonista baiano – sucesso de vendas no Brasil e em outros países, especialmente os Estados Unidos. O terceiro nome da “santíssima trindade da Bossa Nova” é o poeta carioca Vinícius de Moraes (1913 – 1980). Sozinho ou em parceiras (Tom Jobim, Toquinho, Edu Lobo, Baden Powell), ele compôs centenas de letras que seriam interpretadas por inúmeros artistas.


O sucesso nos EUA e a influencia que a Bossa Nova teve sobre a música americana, em especial o Jazz, fez com que seus principais artistas se transferissem pra lá. Lançada em 1956, “Garota de Ipanema”, de Tom e Vinícius é considerada a maior obra do gênero e uma das mais tocadas músicas no planeta ainda hoje. Em dueto com Frank Sinatra (1917 - 1998), Jobim gravou até uma versão dela em inglês com repercussão internacional.
Entre os instrumentistas, o que mais se notabilizou foi Baden Powell (1937 - 2000), violonista fluminense irrepreensível e internacionalmente reputado. A ala paulista fica bem representada com os nomes de: Paulinho Nogueira (1929 - 2002), célebre violonista, cantor e compositor; Toquinho (1946 -), discípulo de Paulinho Nogueira e parceiro de Vinícius de Moraes por 11 anos, da qual nasceram pérolas como “Aquarela”.
A principal investida dos precursores desse gênero foi na instrumentação -- por sinal, insuperável. Mas a Bossa Nova não seria a mesma sem as interpretações soberbas da gaúcha Elis Regina (1945 - 1982), considerada a melhor cantora brasileira e, por ser perfeita, insuperável. Além de belíssima voz e afinação, seu jeito de encenar a canção nos palcos era revolucionário. A parceria com o cantor paulista Jair Rodrigues (1939) num disco em 1964, rendeu aos dois um programa de televisão chamado “O fino da Bossa”.


As vozes dos Festivais
A força do som e imagem exercida pela televisão estabeleceu um novo padrão de comunicação musical, que abriu espaço para novos talentos em composição e interpretação: os festivais A antiga TV Excelsior lançou o “I Festival de Música Popular Brasileira” em 1965, realizado em Guarujá – SP. A canção premiada foi “Arrastão”, interpretada por Elis Regina e composta por Vinícius de Moraes e Edu Lobo (1943 -), um dos mais influentes compositores e arranjadores da segunda geração da MPB. A segunda colocada foi a canção “Valsa do amor que não vem”, também de Vinícius, em parceira com Baden Powell e cantada por Elizeth Cardoso (1918 - 1990), carioca chamada de “A divina”. Este evento teve uma enorme aceitação e deu novos rumos à música brasileira.
As edições seguintes variaram de nome e formato. A disputa acirrada dividia o público e certos resultados provocaram polemicas. Em 1966, o nome foi alterado para “Festival Nacional da Música Popular” para dar um ar menos elitista. O vencedor foi o paraibano Geraldo Vandré (1935 -), cantando “Porta-estandarte”, que compôs junto com Fernando Lona.


No mesmo ano, a TV Record resgatou o formato anterior e promoveu o “II Festival da Música Popular Brasileira”. O primeiro lugar ficou com “A banda”, de Chico Buarque (1944 -) que foi interpretada por ele e Nara Leão. O resultado foi fortemente contestado pelo público, que dava como certa a vitória de “Disparada”, composição da parceria Geraldo Vandré e Théo de Barros, interpretada por Jair Rodrigues – que ficou em segundo lugar.
A terceira edição foi considerada a melhor de todas pelo equilíbrio da disputa e imprevisibilidade do resultado. Marília Medalha (1944 -) e o Quarteto Novo cantaram “Ponteio” de Edu Lobo e Capinam e sagraram-se vencedores. Entre os novatos concorrentes estavam Caetano VelosoMilton Nascimento, Gilberto Gil e os Mutantes. Nas edições seguintes, as canções premiadas foram: 1968) “Meu amor” com autoria e interpretação de Tom Zé. 1967) “Sinal fechado” autoria e interpretação de Paulinho da Viola.
Paralelamente, no Rio de Janeiro ocorria o FIC, Festival Internacional da Canção, da TV Rio para a TV Globo, com edições anuais de 1966 a 1972. O mais relevante deles – exatamente por seu resultado ser considerado injusto --, foi o de 1968 em que a esmagadora maioria do público presente ao Maracanãzinho vaiou a premiação de “Sabiá”, cantada por Cynara & Cybele – apesar de os autores serem os respeitados: Tom Jobim e Chico Buarque. A preferência do povo estava sobre a que ficou em segundo lugar: “Para não dizer que não falei das flores”, mais lembrada como ”Caminhando e cantando”, escrita e cantada por Geraldo Vandré – escolhida como hino estudantil contra a ditadura militar. Essa decisão foi determinante para o desprestigio dos festivais.


No apagar das luzes os festivais serviram de palco aberto aos movimentos de anarquia contra a opressão política e social. Muitos artistas foram perseguidos, presos e até exilados. Assim se deu com Chico, Caetano e Gil. Por causa do hino estudantil, Geraldo Vandré foi preso, torturado e praticamente cego pelos militares.
Em lugar dos festivais, os programas de auditório exibidos por emissoras de televisão ganharam status, principalmente dois: “A Grande Chance”, apresentado por Flávio Cavalcanti (1923 - 1986) na extinta TV Tupi; e “Cassino do Chacrinha”, apresentado por Abelardo Barbosa (1917 - 1988) na Rede Globo.


Independentemente da premiação, muitos artistas se projetaram direto ou indiretamente a partir dos festivais. Tais como: Jorge Bem Jor, Gal Costa, Maria Bethânia, Beth Carvalho, Luiz Melodia, Belchior, Fagner, Zé Ramalho, Alceu Valença, etc.


Movimento Tropicalista
A resistência artística contra a ditadura militar que tomou o poder nacional em 1964 gerou o “Tropicalismo”, influenciado pelo Rockpop espalhado pelo mundo. Além do foco sócio-político, os tropicalistas se caracterizaram por ironizar e quebrar os padrões de comportamento impostos pela sociedade burguesa e preconceitos.
Sua origem no Brasil se deu nos anos derradeiros dos festivais de música popular e seu marco é considerado a canção de Caetano Veloso, denominada exatamente de “Tropicália”, lançada em 1968. As últimas edições dos próprios festivais eram indiretamente manifestações tropicalistas. Embora não houve um grupo formal, dizemos que os seguidores dessa tendência foram, além de Caetano, Gilberto Gil, Tom Zé, Os Mutantes (da qual fazia parte Rita Lee), Chico Buarque, Nara Leão e Gal Costa.

O Rei e A Guarda
Sem nenhuma pretensão que não a Música, Roberto Carlos Braga (1943 -) deixou Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, e foi parar na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde foi descoberto pelo compositor e jornalista Carlos Imperial em 1958. Desde então coleciona anos e anos de glória profissional. Começou imitando a bossa de João Gilberto, mas logo em seguida trilhou o caminho do rock melódico disseminado pelo grupo inglês The Beatles. Passou a ser chamado de “Rei do iê-iê-iê”.


Em 1962, Roberto Carlos iniciou com Erasmo Carlos (1941 -) aquela que talvez seja a mais sólida e bem-sucedida parceria musical nacional. O primeiro disco da dupla (“Splish, splash”) estourou em todo o país e dominou as paradas dos rádios com várias músicas ao mesmo tempo (“Splish, splash”, “Parei na contramão” e “Terror dos namorados”). Eles são os criadores do movimento Jovem Guarda, caracterizado pelas roupas extravagantes, cabelos compridos e irreverência nas interpretações – um estilo inicialmente muito criticado, mas que em pouco tempo contagiou o Brasil. A cada ano, os discos de Roberto emplacavam vários sucessos, tais como: “Quero que você vá pro inferno”, “Eu te darei o céu”, “Os sete cabeludos”, “Quando”, “As curvas da estrada de Santos”.
Logo, muitos artistas e conjuntos musicais (como as bandas eram chamadas) se juntaram ao movimento. Destacaram-se: Wanderléia, Ed Wilson, Martinha, Sérgio Reis, Ronnie Von, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Os Vips, Leno & Lílian, Reginaldo Rossi, Nilton César, Agnaldo Timóteo, Antonio Marcos, Renato & seus Blue Caps. Eduardo Araújo, e Os Incríveis.
Roberto Carlos mudou sua trajetória artística depois da década de 1970, pela sua aproximação à Igreja Católica – há quem diga que foi um conselho de um bom marqueteiro. Suas composições mais comportadas, românticas e intimistas. Essa guinada faliu a jovem guarda, mas sua performance pessoal só evoluía – sempre ao lado de Erasmo. “Detalhes”, “Como é grande o meu amor por você”, “Amada amante”, “Como vai você”, “De tanto amor” e “As canções que você fez pra mim” são alguns exemplos da imensa coleção de sucessos que o consagraram “O Rei”, o mais popular e maior recordista de discos do Brasil.
As versões de seus clássicos para o idioma inglês e principalmente o espanhol o tornaram um dos mais famosos cantores românticos do mundo. Já nessa segunda fase, a cada disco, pelo menos uma canção era dedicada à religiosidade
(como “Jesus Cristo”, “O Homem”, “Ele está pra chegar”, “Nossa Senhora”, “Apocalipse”, etc.) ou temas apelativos em favor da ecologia, fraternidade, combate às drogas e violência, etc. (exemplos: “As baleias”, “Amazônia”, “O careta”, etc.).

Música contemporânea
Paralelamente aos movimentos polarizados, a música nacional prosseguiu naturalmente. Tanto o samba, como a bossa, o sertanejo, o forró e demais estilos, continuaram a produzir incontestes sucessos e revelando talentos nacionais e regionais.


Apesar da censura dos militares, as vozes da MPB não paravam de produzir belas obras. O velho e o novo se misturavam e se renovavam seguidamente. Surgiram: Gonzaguinha (1945 - 1991), filho de Luís Gonzaga; João Bosco (1946 -); Ney Matogrosso (1941 -); Elza Soares; Novos Baianos (do qual participaram Baby Consuelo, Pepeu Gomes e Moraes Moreira), Clara Nunes, Geraldo Azevedo, Zé Geraldo, Elba ramalho, Ivan Lins, Djavan, Simone, Oswaldo Montenegro, Adriana Calcanhotto, Marisa Monte, Chico César, Ana Carolina, Jorge Vercilo, Maria Rita (filha de Elis Regina) e tantos outros ainda estão surgindo.
Do meio mais popular dizemos: Cauby Peixoto, Ângela Maria, Waldick Soriano, Diana, Odair José, Jane & Herondi, Paulo Sérgio e Amado Batista..
Da mesma forma, a música pop-romântica, embalada pelas novelas, brilhou sem parar com representantes como: The Fevers, Roupa Nova, 14 bis, Boca Livra, Tim Maia, Placa Luminosa, Fábio Jr., Yahoo, José Augusto, Rosana e Sandra de Sá.
Do samba de raiz podemos citar: Demônios da Garoa (Adoniran Barbosa), Martinho da Vila, Noite Ilustrada, Alcione, Zeca Pagodinho, Benito di Paula, Leci Brandão, Fundo de Quintal, Almir Guineto, Arlindo Cruz Jorge Aragão. Uma de suas ramificação: o pagode tem nomes como: Raça Negra, Só Pra Contrariar, Exaltasamba e Netinho de Paula.


O rock – bruto, pop ou mesclado (com reggae, tecno e swing) --, desde o espetacular Raul Seixas, também não parou de evoluir e gerar talentos: Cazuza (Barão Vermelho), Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Rádio Táxi, Léo Jaime, Ultraje A Rigor, Capital Inicial, Biquíni Cavadão, Cidade Negra, Skank, Tribo de Jah, Renato Russo (Legião Urbana), Cássia ÉllerCharlie Brown Jr.
Também a música infantil brasileira tem histórico rico, sobretudo como suporte aos programas de televisão para esse segmento. Lembramos de Balão Mágico, Trem da Alegria, Mara Maravilha, Xuxa e Eliana.
O swing baiano marcou época a partir da década de 1980 com expressões tais como: Banda Reflexus. Banda Mel (Margareth Menezes), Chiclete com Banana, Banda Eva, Olodum, Netinho, Carlinhos Brown, Ricardo Chaves, Daniela Mercury, É o Tchan e Ivete Sangalo. Em seguida, veio a lambada de Beto Barbosa e Kaoma.


A música sertaneja deixou o campo e foi para o topo das paradas com: Chitãozinho & Xororó, Milionário & José Rico, Roberta Miranda, João Mineiro & Marciano, Chrystina & Ralf, Leandro & Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano, Gian & Geovani, Rio Negro & Solimões e Bruno & Marrone.


Do altar para o rádio e televisão, o Pe. Marcelo Rossi reescreveu o modo de evangelização católica brasileira em 1999 com o CD mais vendido do ano. Bem ao estilo da “Renovação Carismática”, de teor espiritualista e louvor otimista, ele abriu um mercado promissor para outros católicos como Pe. Antonio Maria, Padre Zeca, além do já consagrado Pe. Zezinho. Este último, embora não seja muito lembrado pelo nome, é autor dos maiores clássicos cantados pela Igreja no Brasil, como: "Um Certo Galileu", “Estou pensando em Deus”, “Quando Jesus passar” e “Oração pela Família”. Na linha religiosa, a ala evangélica também ganhou bastante espaço e cravou nomes no cenário nacional. Alguns deles: Aline BarrosJota Neto, além de artistas populares convertidos, como Mara Maravilha, Dalvan e Nelson Ned.


Novos ritmos são criados e outros remodelados. É o caso do forró clássico que sofreu em pouco tempo, duas grandes transformações. Na primeira, na década de 1990, ele foi eletrificado e sofisticado por grandes bandas como: Mastruz com Leite (a pioneira dessa safra) e a Banda Magníficos de Monteiro – PB, sintetizado pelos tecladistas iniciados por Frank Aguiar. Na segunda transformação, iniciada em 1999, ele voltou às origens com o estilo “Pé-de-serra”’, também chamado de “Universitário”. Seus ícones são Falamansa, Bicho de Pé, Rastapé, Trio Forrozão e Trio Virgulino.
O brega virou chique com a Banda Calypso de Belém do Pará, que misturou batidas caribenhas com o folclore nortista e virou febre nacional no começo deste milênio.
É muito provável que tenha sentido a ausência de um ou mais nomes de artistas, bandas ou estilos e movimentos a este resumo histórico. Isso porque é realmente impossível descrever a gigantesca e qualificada obra musical brasileira, que é, sem sombra de dúvidas, digna de reconhecimento, a começar pelo seu principal atributo: a diversidade.