sábado, 25 de fevereiro de 2017

O incrível Theremin


Esse, provavelmente você não conhecia: Theremin  um dos mais antigos instrumentos musicais eletrônicos, dos mais "estranhos", mas com um efeito sonoro maravilhoso!

Uma pequena demonstração:


Na performance deste vídeo, temos o Theremin executado em destaque por Katica Illenyi, junto com a orquestra do gênio musical italiano Ennio Morricone em um de seus grandes clássicos: Once Upon a Time in the West.

O Theremin foi inventado em 1919 pelo russo Lev Sergeyevich Termen. Consistindo de uma caixa eletrônica com duas antenas, o instrumento tem a distinção de produzir música sem ser tocado pelo musicista  o único do gênero. Na sua versão mais comum, o lado direito controla o tom da nota, variando a sua distância da antena vertical. A antena horizontal, em forma de laço, é usada para variar o volume de acordo com a sua distância a partir do lado esquerdo.

No vídeo a seguir, é o próprio inventor russo quem faz uma apresentação do seu espetacular "brinquedo":





A origem do Theremin

O teremim original foi produto de pesquisas em torno de sensores de proximidade, financiadas pelo governo russo. Seu inventor, o jovem físico Lev Sergeevich Termen (conhecido no ocidente como Léon Theremin), em outubro de 1920, depois do início da Guerra Civil Russa. Depois de um longo tour pela Europa, no qual ele demonstrou sua invenção, Theremin conseguiu ir para os Estados Unidos, onde patenteou sua invenção em 1928. Em seguida, Theremin cedeu os direitos de produção à RCA.

Apesar do Thereminvox da RCA (lançado logo após a Grande Quebra de 1929) não ter sido um sucesso comercial, ele fascinou audiências dentro e fora da América. A jovem lituana Clara Rockmore, uma famosa tereminista, fez um tour para divulgá-lo, executando um repertório clássico em concertos ao redor dos Estados Unidos.

Em 1938, Theremin deixou os EUA, apesar das circunstâncias relativas à sua partida serem bastante discutidas. Várias pessoas afirmam que ele foi levado do seu apartamento em Nova Iorque por agentes da KGB, levado de volta para a União Soviética para trabalhar em um laboratório russo em Magadan, na Sibéria. Ele reapareceu 30 anos depois.

Após a excitação dos interesses na América que sucederam o fim da Segunda Guerra Mundial, o teremim logo caiu em desuso entre os músicos mais sérios, principalmente porque foram inventados novos instrumentos eletrônicos, mais fáceis de tocar. Entretanto, um nicho de interesse no teremim persistiu, na sua maioria entre os entusiastas por eletrônica e os hobbistas. Um desses entusiastas, Robert Moog, começou a construir teremins nos anos 50, enquanto estava no colegial. Em seguida, Moog publicou vários artigos sobre a construção dos teremins, e vendeu kits para a construção do instrumento.

Desde o lançamento do filme Theremin: An Electronic Odissey em 1994, o interesse pelo instrumento cresceu novamente, e tornou-se mais usado pelos músicos contemporâneos. Mesmo que os vários sons produzidos pelo teremim possam ser reproduzidos pelos diversos sintetizadores modernos, alguns músicos continuam apreciando a expressividade, novidade e unicidade que é o uso de um teremim de verdade. O próprio filme foi bem avaliado.

Adiante, uma performance de Clara Rockmore divulgando a peculiar sonoridade extraída do seu instrumento preferido.





Mecanismo sonoro do Theremin

O músico se posiciona de frente ao instrumento e move suas mãos perto das antenas de metal. A distância entre uma das antenas determina a frequência (pitch), e entre a outra controla a amplitude (volume). Na maioria das vezes, a mão direita controla a frequência e a esquerda controla o volume, embora esta disposição seja invertida por alguns artistas. Alguns teremins de baixo custo utilizam um controle de volume simples, operado com um potenciômetro, e possuem apenas a antena de frequência. Diferente das antenas mais conhecidas, estas não são usadas para receber ou transmitir sinais de rádio, mas agem como as placas de um capacitor.

O teremim usa o princípio do heteródino para gerar um sinal de áudio. O circuito responsável pela frequência inclui dois osciladores de rádio. Um deles opera em uma frequência fixa, enquanto a frequência do outro é controlada pela distância da mão do músico em relação à antena de frequência. A mão funciona como uma placa aterrada (sendo o corpo do músico a conexão com a terra) de um capacitor variável em um circuito LC (indutor-capacitor), que é parte do oscilador e determina sua frequência. A diferença entre as frequências dos dois osciladores a cada momento permite a criação de diferentes tons na faixa de frequências audíveis, resultando em sinais de áudio que são amplificados e enviados para um alto-falante.

Para controlar o volume, a outra mão do músico age como a placa aterrada de outro capacitor variável. Nesse caso, o capacitor interfere em outro oscilador, que muda a atenuação no circuito amplificador. A distância entre a mão e a antena de controle do volume determina a capacitância, que por sua vez controla o volume do teremim.


Projetos mais modernos simplificam este circuito e evitam a complexidade de dois osciladores heteródinos, usando um único oscilador de pitch, similar ao de controle de volume. Esta abordagem geralmente é menos estável e não consegue gerar frequências mais baixas como um oscilador heteródino. Projetos melhores usam dois pares destes osciladores, para ambos volume e frequência.

Outro clássico internacional, Over the Rainbow, ao som do Theremin:



O Theremin certa vez foi usado comicamente em um episódio da famosa série americana The Big Bang Theory, veja:



Atualmente, o Theremin tem sido bastante usado em músicas techno e neopsicodélicas, como no caso do próximo vídeo:



Sem dúvidas, um efeito incrível.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

"Elas se Tornaram Canção" — "YOLANDA", Pablo Milanés

A canção que destacamos neste post, dentro da coleção "Elas se Tornaram Canção", é uma verdadeira joia, extraída da ilha cubana, cuja melodia é bem conhecida no Brasil, de outras regravações, boas versões, inclusive, mas que não poderiam substituir o seu original, mérito de Pablo Milanés: "Yolanda".



Pablo Milanés é um dos mais respeitados cantores românticos da História da Música em Cuba, sendo apontado, ao lado do amigo Silvio Rodriguez. como um dos reformadores da música moderna daquela ilha.

A meiga "YOLANDA" é uma composição de 1970, em homenagem à sua companheira, Yolanda Benet, por ocasião do nascimento de sua filha lynn. É lembrada como o maior sucesso do cantor, especialmente a regravação de 1982, em duo com o amigo Silvio Rodriguez.

Como dito, no Brasil, a melodia é bem conhecida — e aceita. A primeira versão veio em 1985 com o dueto Chico Buarque e Simone (veja aqui). É válido destacar que, por conta disso, o próprio Milanés por vezes dividiu o palco tanto com Chico (veja aqui) quanto com Simone (veja aqui). Logo mais veio a versão (bem pop) da dupla sertaneja Christian & Ralf, em 1991, (veja aqui). Vale a pena conferir o acústico da dupla (ver aqui). Essa pérola chegou à Espanha em 1990 pela band pop Danza Invisible (veja aqui). Em 2007 foi a vez da mexicana Guadalupe Pineda lhe emprestar a voz (veja aqui).

Visite também o site oficial de Pablo Milanés.

Eis pois, a "eternamente Yolanda":




"YOLANDA"
Pablo Milanés

Esto no puede ser no mas que una cancion
Esta não pode ser mais que uma canção
Quisiera fuera una declaracion de amor
Quisera fosse uma declaração de amor
Romantica sin reparar en formas tales
Romântica, sem reparar em tais formas
Que ponga freno a lo que siento ahora a raudales
Ponha agora freio no que sinto se derramendo
Te amo
Te amo
Te amo
Te amo
Eternamente te amo
Eternamente te amo

Si me faltaras no voy a morirme
Se me faltares, não morrerei
Si he de morir quiero que sea contigo
Se tiver que morrer, que seja contigo
Mi soledad se siente acompañada
Minha soidão sente-se acompanhada
Por eso a veces se que necesito
Por isso sei que às vezes necessito de
Tu mano
Tua mão
Tu mano
Tua mão
Eternamente tu mano
Eternamente tuas mãos
Cuando te vi sabia que era cierto
Quando te vi, sabia que esta certo
Este temor de hallarme descubierto
Este temor de me achar descoberto
Tu me desnudas con siete razones
Tu me despe com sete razões
Me abres el pecho siempre que me colmas
Me abres o peito sempre que me culminas
De amores
De amores
De amores
De amores
Eternamente de amores
Eternamente de amores
Si alguna vez me siento derrotado
Si alguma vez me sinto derrotado
Renuncio a ver el sol cada mañana
Renuncio a ver o sol cada manhã
Rezando el credo que me has enseñado
Rezando o Credo que me ensinasta
Miro tu cara why digo en la ventana
Olha teu rosto e digo ao vento
Yolanda
Yolanda
Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda


Yolanda Ventura
* * *

Origem e significado do nome Yolanda

Yolanda é uma variante espanhola e inglesa de Iolanda, nome originado no latim viola, que deriva do grego íole, que quer dizer “violeta”.

Esta versão é muito utilizada no Brasil, mas apareceu na Inglaterra no século XIII como Jolenta e Yolende, transformadas na Idade Média para Violante, que deu origem ao francês Yolande e posteriormente ao espanhol Yolanda.


Yolanda Soares
Foi igualmente nome de uma imperatriz do século XII do Império Latino de Constantinopla, conhecida como Yolanda de Flandres.

Muitas Yolandas já encantaram o mundo. Radicada no México, Yolanda Ventura é uma atriz e cantora bem sucedida.
Yolanda Hadid

Em Portugal, é bem famosa a cantora Yolanda Soares.

Outra famosa é a alemã Yolanda Hadid (que antes assinava como Yolanda Foster), que veio fazer uma reconhecida carreira de modelo e atriz nos Estados Unidos.

Como sabemos, este é um nome muito popular no Brasil, inclusive de celebridades.


Yolanda Pereira
Foi a gaúcha Yolanda Pereira, em 1930, a primeira brasileira a ganhar um Miss Universo.

Sua xará, Yolanda Cardoso foi uma atriz global de grande sucesso.
Yolanda Cardoso